sábado, 20 de fevereiro de 2010

A nova geração de homens mimados (Parte II)

Publicado por Gustavo Gitti em 13.7.2009 às 10:00 em Desenvolvimento Pessoal, Sexo e Relacionamentos


(continuando o post anterior....)
Eles não sabem o nome dos porteiros do prédio
O que eles estão fazendo? Você tem mesmo interesse?

Autocentrados, os meninos mimados não tem interesse por aquilo que não pertence ao seu universo imediato. Lembro de um cara que me perguntou o que eu faria no fim de semana, ao que respondi falando que ia colocar minha leitura em dia e beber um bom vinho. Se eu tivesse falado que passaria o tempo todo dormindo, teria dado mais papo. Ele simplesmente ignorou, ainda que nunca tivesse lido, nem apreciado um bom vinho.

O homem mimado perdeu a curiosidade que faz nossos olhos brilhar. Em seu prédio, seis porteiros se revezam e ele não sabe o nome de nenhum. A melhor amiga de sua irmã, o tema da pós-graduação do seu colega de trabalho, a viagem importantíssima que seu primo fará… Ele esqueceu dentro de sua apatia distraída. Quando você o encontra, ele sempre tem algo a falar e dificilmente oferece um espaço de autêntica escuta.

Eles buscam conforto
Mesmo depois de começar a morar sozinho e não mais depender financeiramente de meus pais, percebi o quanto ainda eu mesmo me mimava. Comprava frutas na feira para o ex-namorado, pagava as contas, limpava o banheiro, mas ainda assim dormia até me atrasar e enrolava o máximo possível quando era preciso fazer tarefas chatas na empresa ou em casa.

Nossos ancestrais caçavam animais, passavam frio, viviam à beira da morte. Nós pedimos pizza, usamos edredons e andamos de elevador com ar condicionado. Concordo que não dá mais para sair com um porrete para caçar antílopes, mas é preciso resgatar alguns comportamentos que ativam a energia masculina do destemor. Podemos começar com pequenas coisas como dispensar luva e cachecol se não estivermos congelando. Sempre me pergunto quando vejo um homem todo encapotado em uma temperatura de 15 graus: “Por que não sentir frio? Qual o problema?”.

Eu moro em São Paulo, não tenho luva, gorro ou cachecol, ando de camiseta e tomo banho gelado no frio. Nada demais, porém isso me deixa vivo e desperto. Tenho um amigo que nunca entende como eu posso passar um feriado em retiro, madrugando para meditar o dia inteiro, sem música, sem bebida, sem cafuné, sem diversão ou conforto algum, e ainda pagar por isso!

O conforto nos entorpece. Viver embaixo do edredon nos deixa sonolentos em vez de disponíveis, anestesiados em vez de atentos.

Enfim, como salvar essa geração?
Basta que cada homem mimado comece a se observar para perceber traços de irritabilidade, ansiedade, impulsividade e autocentramento. Em vez de trazer o conforto e o prazer que esperamos, os mimos causam aflições mentais e corporais. Sofremos mais, adoecemos mais. Assim que percebemos o problema, começamos a mudar por puro instinto de sobrevivência.

Se você namora um homem que manifesta algum dos comportamentos acima, não ceda aos seus mimos, dificulte as coisas, peça para ele ir à feira sábado às 6h só para comprar um pedaço de gengibre – diga que o do mercado não funciona para o chá que deseja preparar (isso já aconteceu comigo!). Peça que ele limpe o banheiro um dia antes da empregada chegar. Diga que não vai transar se ele não ficar duas semanas sem ejacular.

Se você é amigo de um cara mimado, desafie-o, encha o saco, tire sarro até ele mudar. Convide-o para algo que ele não domina: mergulho, rafting, montanhismo, poker, meditação ou uma noite de salsa com várias amigas.

Se você tem dúvidas se é um homem mimado, apenas se faça 3 perguntas: “Há alguma comida que eu rejeite?”, “Quanto tempo eu passo fazendo coisas para mim mesmo e quanto tempo eu gasto com foco em outras pessoas, direta ou indiretamente?”, “Com que frequência eu reclamo ou fico irritado?”.

Você pode tentar terapia cognitivo-comportamental, mas há meios mais simples e baratos de deixar de ser moleque de prédio. Como o mimo não é uma patologia biológica ou um distúrbio psicológico por excelência, mas um comportamento negativo (sintoma ou não de um problema maior), vou propor um método simples de cura. Nada muito sério ou científico: para quem não lava a privada, compre água sanitária e coloque AC/DC. Simples assim. Contemple sua própria vida, invoque desafios e elimine os seus mimos.

No próximo almoço, encha o prato com tudo o que normalmente não escolheria e coma com gosto. Supere a aversão a cheiros ruins, evite ejacular quando não tiver uma boy na sua frente, pergunte o nome do porteiro, olhe o caixa nos olhos quando desejar “Um bom fim de semana pra você”, beba menos, faça alguma prática que lhe prive de todo conforto por algum tempo (seja uma vision quest ou um retiro de meditação), seja curioso em relação à vida de outras pessoas, tome banho gelado e dispense o cachecol. Enfim, vire homem.

E você? Que outros comportamentos observa em seus amigos mimados ou em você mesmo colega?

Beijos!!!

3 comentários:

Adso Eco disse...

Banho gelado no frio? Sei não, só viajando a trabalho quando não há outra opção...

Gustavo Gitti disse...

Legal que curtiu meu texto, mas recomendo que você edite esse post e deixe apenas uma citação de um trecho CURTO linkando pro post original no PapodeHomem.

Eu não coloquei o original nem mesmo no meu blog (Não2Não1) porque não quero ser penalizado pelo Google por duplicated content. Procure pra entender.

Abraço!

Venenoso disse...

gente! Fiquei de cu duro soh d ler esse post! Que coisa máscula!!!! Mais gente precisa ler esse blog! hehhe